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Galeria ALA DA FRENTE, VN Famalicão

Como se pode chegar ao intrínseco por um silvo? Num primeiro momento damos ouvidos e até nos deixamos seguir pelo som, mas na verdade acercamo-nos de olhos abertos para apreender o que nos é dado a ver. O silvo a funcionar como estímulo, uma escusa para a aproximação.

Pedro Tudela tem mantido no seu percurso uma relação muito constante com o som e as suas possibilidades enquanto meio de criação. A sua obra cruza diferentes disciplinas, distintos suportes e técnicas, esbatendo eventuais fronteiras, permitindo acercarmo-nos de experiências muito particulares. O som torna-se presença no seu trabalho de pintura, de desenho, nos seus objectos escultóricos ou instalações, mesmo quando não se tem aparatos ou meios que produzam ou emitam o som. As subtilezas que se apresentam nas suas obras trazem as nuances dos ritmos, tomam a atenção, estreitam vias para se chegar ao âmago de cada obra. Ficamos vigilantes, afinal o silvo pode estar nestes gestos, nestas manchas, nestes objectos de aparências distintas, em articulações poéticas e equilíbrios cuidados. Nesta exposição vamos poder ver um núcleo de desenhos da série intitulada Passado presente numa exploração da linguagem do desenho e da pintura, com a presença de uma escultura assemblage. Uma disposição que nos deixa num transito de sensações, numa contemplação de simplicidade, permitindo-nos ser levados na deambulação do espaço e da percepção. O que ouço e me impele para lá das obras, que som é esse que me prende o olhar?

António Gonçalves (Curador da exposição)

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